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OS POEMAS SÃO PÁSSAROS



OS POEMAS SÃO PÁSSAROS

QUE CHEGAM, NÃO SE SABE DE ONDE,

E POUSAM NO LIVRO QUE LÊS.


QUANDO FECHAS O LIVRO,

ELES ALÇAM VÔO COMO DE UM ALÇAPÃO.


ELES NÃO TÊM POUSO NEM

PORTO.

ALIMENTAM-SE UM INSTANTE

EM CADA PAR DE MÃOS E PARTEM.


E OLHAS, ENTÃO, ESTAS TUAS MÃOS VAZIAS

NA MARAVILHA DO ESPANTO DE SABERES

QUE O ALIMENTO DELES JÁ ESTAVA

EM TI...

(Mário Quintana)



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CELEIRO LITERÁRIO

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A SOLIDÃO QUE IMPERA (Marta Tereza Araújo)



A solidão que impera não é a sentida pela ausência de pessoas, nem a que se insinua das decepção, muito menos a causada pelo medo, nem a sentida pela angústia, ou aquela acalentada pelo silêncio, que poderia ser debelada quando cessados os motivos de sua causa.

A solidão que impera é aquela que se projeta como um espectro em dada circunstância da vida e não pode ser banida por nada, nem por ninguém.

A solidão que impera jamais será compartilhada, porque é companheira exclusiva e absoluta.

A solidão que impera não permite partilhar seus momentos com a presa eleita. Ela é implacável em não dividir seu espaço com outros.

A solidão que impera não atenua nem aplaca o sofrimento do seu cativo. Para ela não importa que seu escravo  esteja cercado de pessoas, de carinho, de atenção ou de cuidados. Não há como trocar de lugar com outrem ... 

Certo é que o seu candidato arcará sozinho com os ruídos da sua presença. Dos seus movimentos não há como se livrar.

A solidão que impera é companhia obstinada para encontro marcado em dados momentos da vida, desde o nascimento até a morte.

Onde encontrar a solidão que impera?

A solidão que impera far-se-á presente: nos momentos de dor física e espiritual, nos sofrimentos do corpo e da alma, na ausência do sono e dos sonhos, na companhia dos pesadelos, espreitando as tomadas de decisões, ela está hora da morte.

Nestes momentos de individualidade absoluta não há como impedir ou afastar esta presença indesejada.
A sua medida e seu tempo destinam-se somente para o seu predileto. Não é extensiva a mais ninguém.

Muitos já assistiram ou sentiram momentos da solidão que impera. Porém, há quem sequer tem consciência de já ter estado de braços dados com ela em algum momento da vida; ou, ainda, pensar em que ocasião se verá abrigado sob seu manto.

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