Viver à margem da vida é não perceber que está vivo
É não sentir o ar que respira
É insistir em se manter alheio aos movimentos da vida
É contribuir para ser invisível
Viver á margem da vida é não perceber que a vida desfila na
passarela do tempo; indiferente aquele que vive assim
É querer negar a existência do que existe
Do corpo que ocupa espaço
Que sente
E sofre
Viver à margem da vida é abandonar a luta antes da batalha
acabar
É se entregar, solenemente, ao abandono
Ao vício
À miséria
Viver à margem da vida é aceitação perversa da tristeza que
não abre espaço para os sonhos
É a entrega a um mundo sem cor
Sem luz
Sem horizonte
Viver à margem da vida é rastejar no sofrimento
É optar pela escuridão
É viver na horizontal
É sujeitar ao corpo tudo que a alma rejeita
Viver á margem da vida é não respeitar a ordem da natureza
É não colaborar com os desígnios de Deus
É afrontar a vida
Como se livrar dessa triste realidade?
E remover a cegueira da ignorância e os entulhos que contribuem
para a abstinência da vida?
(Inspirado a partir de uma reflexão do morador de rua – 31 Dezembro
2014)
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