Welcome


OS POEMAS SÃO PÁSSAROS



OS POEMAS SÃO PÁSSAROS

QUE CHEGAM, NÃO SE SABE DE ONDE,

E POUSAM NO LIVRO QUE LÊS.


QUANDO FECHAS O LIVRO,

ELES ALÇAM VÔO COMO DE UM ALÇAPÃO.


ELES NÃO TÊM POUSO NEM

PORTO.

ALIMENTAM-SE UM INSTANTE

EM CADA PAR DE MÃOS E PARTEM.


E OLHAS, ENTÃO, ESTAS TUAS MÃOS VAZIAS

NA MARAVILHA DO ESPANTO DE SABERES

QUE O ALIMENTO DELES JÁ ESTAVA

EM TI...

(Mário Quintana)



SEJAM BEM-VINDOS AO CELEIRO LITERÁRIO!!!



VISITEM, TAMBÉM, MEU CANAL NO YouTubeMarta7304





CELEIRO LITERÁRIO

domingo, 4 de janeiro de 2015

ABSTINÊNCIA DA VIDA (Marta Tereza Araújo Silva)



Viver à margem da vida é não perceber que está vivo
É não sentir o ar que respira
É insistir em se manter alheio aos movimentos da vida
É contribuir para ser invisível

Viver á margem da vida é não perceber que a vida desfila na passarela do tempo; indiferente aquele que vive assim
É querer negar a existência do que existe
Do corpo que ocupa espaço
Que sente
E sofre

Viver à margem da vida é abandonar a luta antes da batalha acabar
É se entregar, solenemente, ao abandono
Ao vício
À miséria

Viver à margem da vida é aceitação perversa da tristeza que não abre espaço para os sonhos
É a entrega a um mundo sem cor
Sem luz
Sem horizonte

Viver à margem da vida é rastejar no sofrimento
É optar pela escuridão
É viver na horizontal
É sujeitar ao corpo tudo que a alma rejeita

Viver á margem da vida é não respeitar a ordem da natureza
É não colaborar com os desígnios de Deus
É afrontar a vida

Como se livrar dessa triste realidade?
E remover a cegueira da ignorância e os entulhos que contribuem para a abstinência da vida?

(Inspirado a partir de uma reflexão do morador de rua – 31 Dezembro 2014)


Total de visualizações de página