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OS POEMAS SÃO PÁSSAROS



OS POEMAS SÃO PÁSSAROS

QUE CHEGAM, NÃO SE SABE DE ONDE,

E POUSAM NO LIVRO QUE LÊS.


QUANDO FECHAS O LIVRO,

ELES ALÇAM VÔO COMO DE UM ALÇAPÃO.


ELES NÃO TÊM POUSO NEM

PORTO.

ALIMENTAM-SE UM INSTANTE

EM CADA PAR DE MÃOS E PARTEM.


E OLHAS, ENTÃO, ESTAS TUAS MÃOS VAZIAS

NA MARAVILHA DO ESPANTO DE SABERES

QUE O ALIMENTO DELES JÁ ESTAVA

EM TI...

(Mário Quintana)



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CELEIRO LITERÁRIO

sábado, 16 de julho de 2011

AQUARELA (Toquinho:Interprete) Fabrizio Composição: Toquinho / Vinicius de Moraes / G.Morra / M


Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...
 
Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...

Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...

Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Brando navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...

Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...

Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...

Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...

De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...

Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar

Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)

sábado, 9 de julho de 2011

HOMENAGEM, NESTE DIA 12 DE JULHO, AO POETA CHILENO, PABLO NERUDA

Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.
 
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
Repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
Quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoínho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante...

Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
Não pergunta sobre um assunto que desconhece
Ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
Que o simples fato de respirar.

Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade"
BREVE BIOGRAFIA
Pablo Neruda nasceu no dia 12 de julho de 1904, em Parral, CHILE e  morreu em Santiago, em data de 23 de Setembro de 1973.
Era filho de José del Carmen Reyes Morales, um operário ferroviário, e de Rosa Basoalto Opazo, professora primária, morta quando Neruda tinha apenas um mês de vida. Ainda adolescente adotou o pseudônimo de Pablo Neruda (inspirado no escritor checo Jan Neruda), que utilizaria durante toda a vida, tornando-se seu nome legal, após ação de modificação do nome civil.
É considerado  um dos mais importante s poeta de todas as literaturas do século XX.
Teve sempre um intenso diálogo com o mar.
Em outubro de 1971 recebeu o Nobel de Literatura.

Em 1994 um filme chamado Il Postino (também conhecido como
O Carteiro e O Poeta, no Brasil e em Portugal) conta sua história na Isla Negra, no Chile, com sua terceira mulher Matilde. No filme, que é uma obra de ficção, a ação foi transposta para a Itália, onde Neruda teria se exilado. Lá, numa ilha, torna-se amigo de um carteiro que lhe pede para ensinar a escrever versos (para poder conquistar uma bonita moça do povoado).
Obras: Crepusculario, Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada, Residência na Terra, Confesso Que Viví, Cem Sonetos de Amor.


Fonte: Wikipedia
Admirador de Walt Whitman, poeta norte-americano, autor do poema, Leaves of Grass(Folhas e Ervas).
PARA TI Ó DEMOCRACIA

Vem, construirei o indissolúvel continente,
Criarei a mais esplêndida raça sobre a qual o sol já brilhou,
Criarei terras magnéticas e divinas,
Com o amor dos companheiros,
Com o amor eterno dos companheiros.

Plantarei um companheirismo tão denso como as árvores ao longo de todos os rios da
América e ao longo das margens dos grandes lagos, e por todas as pradarias,
Criarei cidades inseparáveis com os braçois em redor dos pescoços umas das outras,
Por amor aos companheiros,
Pelo amor amor viril dos companheiros.

Para ti tudo isto da minha parte, ó Democracia, para te servir ma femme!
Para ti, para ti eu entoo estas canções.

SAUDADE 

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas a amada já...
Saudade é amar um passado
que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe
o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudade,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

(Pablo Neruda)


PARA O MEU CORAÇÃO...

Para o meu coração basta o teu peito,
para a tua liberdade as minhas asas.
Da minha boca chegará até ao céu
o que dormia sobre a tua alma.

És em ti a ilusão de cada dia.
Como o orvalho tu chegas às corolas.
Minas o horizonte com a tua ausência.
Eternamente em fuga como a onda.

Eu disse que no vento ias cantando
como os pinheiros e como os mastros.
Como eles tu és alta e taciturna.
E ficas logo triste, como uma viagem.

Acolhedora como um velho caminho.
Povoam-te ecos e vozes nostálgicas.
Eu acordei e às vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam na tua alma.

Pablo Neruda, in "Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada"

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